quinta-feira, 16 de agosto de 2007

E X T R E M O



Ruas desertas, frias e mortas
Escadarias assombradas perdidas
Sinos plangente
Lua de frialdade
Velas que chovem e não se apagam
Gritos mudo ao mundo ondeiam
Inferno poético aos olhos
Desgraçados a todos os lados
Vida, vivos, desgarrados
Relógios desconsertados
Tintas derramam artes
Nas feias calçadas
Nas ignotas ruas
Blasfema desabrigado
Laceram poetas de dolências
Falsos recados
Palavras perdidas ao vento
Não tem sentidos não dizem nada
É o fim, pois o inferno se diz
E as palavras morreram.

terça-feira, 14 de agosto de 2007

Amargura


Nós, que de presunção
Somos lotados,
De amigos,
A antagônicos amargos,
Sofredores,
Amadores,
Desprezíveis e odiados,
Somos só...

Nós, que de emoção
Somos tomados,
De aflitos,
A pobres desesperados,
Sonhadores,
Sensíveis e calados,
Preparamos o retorno
Para o pó

Prostituta


Dai-me do teu beijo a loucura do ópio.
Vem que esta noite te quero sóbrio.
Darei com sabedoria de sábio
Dos prazeres carnais, um beijo ávido.

Far-te-ei esquecer do teu próprio fôlego
Ruborizando assim teu corpo lívido,
Quando em teus sonhos com teu passo trôpego
Dar-me-á na cama desejos líquidos.

De mim levarás a luxúria sólida,
Deixando à mim, desejadas cédulas.
Irás... Voltarás, eis verdade sólita,
Ávido por beijos, disto sou crédula.